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Suponhamos que uma
fonte radioativa, por exemplo, algumas microgramas de rádio, ou
algumas miligramas de petchblenda, sejam colocadas no fundo de um
canal aberto em um cilindro de chumbo de uns 10cm de raio. A radiação
sairá pelo canal, sob a forma de um feixe. Suponhamos que a radiação
passe entre duas placas metálicas A e B, uma eletrizada positivamente,
outra negativamente. Recebendo-a em uma chapa fotográfica, como
indica a figura 364, constatamos que o feixe é separado em três partes:
1a) Uma
radiação que é atraída pela placa negativa, e que, portanto, tem
carga elétrica positiva. Foi inicialmente chamada raio alfa.
Depois se constatou que são partículas, que passaram a ser chamadas
partículas alfa.
2a) Uma
radiação que é atraída pela placa positiva, e que portanto, tem
carga elétrica negativa. Foi chamada raio beta. Quando se
constatou que são partículas, passaram a ser chamadas partículas
beta.
3o) Uma
radiação que não é desviada, o que indica que não contém carga
elétrica. É chamada raio gama.
A separação dos
três feixes também pode ser feita por um campo magnético, em vez de um
campo elétrico. Nêsse caso, para que os desvios sejam os indicados na
figura acima, o campo magnético deve ser perpendicular ao plano da
figura, e dirigido para trás do papel.

Posteriormente se verificou que a partícula alfa é um conjunto
de dois prótons e dois neutrons, isto é, é o núcleo do átomo de
hélio. Possui carga elétrica igual a
, e massa de 4,002764 unidades de massa atômica, isto é,
praticamente 4 vezes a massa do átomo de hidrogênio.
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A velocidade, e
portanto, a energia cinética com que são emitidas, depende da
substância radioativa que as emite. Penetram nos corpos muito menos
que as partículas beta e os raios gama, porque são muito pesadas e tem
carga elétrica maior que as outras radiações. Em geral, uma ou duas
folhas de papel de escrever são suficientes para barrá-las. Elas são
emitidas pelo núcleo das substâncias radioativas. Quando um átomo
emite uma partícula alfa, seu núcleo fica desfalcado de 2 prótons e 2
neutrons; então, seu número de massa diminui de 4 unidades, a carga
elétrica do núcleo diminui de
, e seu número atômico diminui de duas unidades. Exemplo: o
urânio tem número de massa
, e número atômico
; seu átomo emite uma partícula
e se transforma em átomo de um outro metal, chamado urânio
, que tem
e
.

Logo se
constatou que a partícula beta é elétron emitido por substâncias
radioativas. São elétrons emitidos com grande velocidade, em geral
próxima da velocidade da luz. Como têm menor massa, menor carga
elétrica e maior velocidade que as partículas alfa, são mais
penetrantes que estas. As de maior velocidade atravessam 1mm de
alumínio. Por terem massa menor que as partículas alfa, são mais
desviadas que estas, quando colocadas em um campo elétrico ou
magnético, como indica a figura 364. Quando um átomo emite uma
partícula beta, seu número de massa não diminui, sua massa diminui
pouquíssimo, e seu número atômico aumenta de uma unidade. Exemplo: o
átomo de urânio
tem
e
; emite uma partícula beta e se transforma em átomo de um outro
metal, chamado urânio
, que tem
e
.

Os raios gama
não são desviados por campos elétricos nem magnéticos, porque são
ondas eletromagnéticas. Já vimos, em Eletricidade -
Classificação das Ondas Eletromagnéticas, que são os
raios gama as ondas eletromagnéticas de menor comprimento de onda que
conhecemos. São muito mais penetrantes que as partículas alfa e beta;
podem atravessar vários metros de ar, ou vários centímetros de chumbo.
Quando um átomo emite raio gama, não há variação em seu número de
massa, nem em seu número atômico, porque não sai dele nenhuma
partícula.
Autor: Roberto A. Salmeron |
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