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Existe na natureza uma tendência de não
se alterar o estado de movimento de uma partícula, isto
é, uma partícula em repouso tende naturalmente a
permanecer em repouso e uma partícula com velocidade
constante tende a manter a sua velocidade constante.
Essa tendência natural de tudo permanecer como está
é conhecida como inércia. No caso da
Mecânica, essa observação a respeito do
comportamento da natureza levou Newton a enunciar a sua famosa
Lei da Inércia, que diz:
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"Qualquer corpo em movimento retilíneo
e uniforme (ou em repouso) tende a manter-se em movimento
retilíneo e uniforme (ou em repouso)."
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Esta é a primeira Lei de Newton.


A inércia pode ser pensada como uma propriedade inata da matéria.
Trata-se de um poder de resistir, mediante o qual cada corpo, no que
depender de si, continua no seu estado presente, seja de repouso seja
em movimento retilíneo e uniforme.
O exemplo
mais simples, do ponto de vista da observação
da inércia dos corpos, é aquele dos passageiros num
ônibus. Quando o veículo é brecado, os passageiros
tendem a manter-se no seu estado de movimento.
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Por
isso, as pessoas "vão para a frente" do ônibus
quando este breca. Na realidade, a mudança do estado
de movimento é apenas do ônibus.
Os passageiros simplesmente tendem a manter-se como estavam.
Da inércia resultam os ferimentos em acidentes no tráfego.
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Por que a utilização do cinto de segurança?

A segunda lei de Newton é a lei fundamental
da Mecânica. A partir dela e através de
métodos matemáticos, podemos fazer
previsões (velocidade e posição, por exemplo)
sobre o movimento dos corpos.
Qualquer alteração da velocidade de uma partícula
é atribuída, sempre, a um agente denominado força.
Basicamente, o que produz mudanças na velocidade são
forças que agem sobre a partícula. Como a
variação de velocidade indica a existência
de aceleração, é de se esperar que haja
uma relação entre a força e a
aceleração. De fato, Sir Isaac Newton percebeu
que existe uma relação muito simples entre
força e aceleração, isto é, a
força é sempre diretamente proporcional à
aceleração que ela provoca:

,
onde m é a massa do corpo.
Esta relação simples entre
força e aceleração é conhecida
como a 2ª Lei de Newton.

No enunciado da lei de Newton, o termo tanto pode representar uma
força como a força que resulta da soma de um
conjunto de forças.
Sendo a força uma grandeza vetorial, o mesmo acontecendo com a
aceleração, podemos escrever para a lei de Newton, numa
notação vetorial:
Em componentes ao longo dos eixos x, y e z podemos
escrever:
Fx
= max ,
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Fy
= may ,
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Fz
= maz .
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No caso em que mais de uma força atua sobre
uma partícula, a lei de Newton deve ser entendida como:
.
onde indica a soma das forças, ou seja, a
somatória das forças que atuam sobre o objeto
é igual à massa vezes a aceleração.
Em termos das componentes, escrevemos:
 .

Como foi dito no Capítulo 8, as forças
resultam da interação de um corpo com outro
corpo. É de se esperar, portanto, que, se um corpo A
exerce uma força sobre um corpo B (chamada de ação),
A também experimenta uma força (chamada de reação)
que resulta da interação com B.
Newton percebeu não só que isso
acontece sempre mas, indo mais longe, especificou as
principais características das forças que
resultam da interação entre dois corpos. Essa
questão foi objeto da sua terceira lei, cujo enunciado
é:
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"Para toda força que surgir
num corpo como resultado da interação
com um segundo corpo, deve surgir nesse segundo uma
outra força, chamada de reação,
cuja intensidade e direção são
as mesmas da primeira mas cujo sentido é o oposto
da primeira."
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Desse modo, Newton se deu conta de três características
importantes das forças de interação entre dois
objetos.

Em primeiro lugar, uma força nunca aparece sozinha. Elas aparecem
aos pares (uma delas é chamada de ação e a outra,
de reação).
Em segundo lugar, é importante observar que cada uma dessas duas
forças atua em objetos distintos.
Finalmente, essas forças (aos pares) tem a mesma magnitude mas
diferem uma da outra pelo sentido: elas têm sentido oposto uma
da outra.



No SI , a unidade de massa é o
quilograma (kg). Esta é a massa de um cilindro de
platina iridiada mantido no Bureau Internacional de
Pesos e Medidas (Paris).
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Gil
Marques
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