História
Logo depois de anunciada a descoberta da fissão nuclear, em 1939, também se observou que o
isótopo fissionável que participa da reação é o urânio-238 e que se emitem
nêutrons no processo. Especulava-se na época que uma reação de fissão em cadeia
poderia ser explorada como fonte de energia. No entanto, ao iniciar-se a
segunda guerra mundial, em setembro de 1939, os físicos voltaram suas pesquisas
para tentar usar a reação em cadeia para produzir uma bomba.
No
início de 1940, o governo americano destinou recursos para uma pesquisa que
mais tarde se transformou no Projeto Manhattan. Esse projeto incluía trabalhos
sobre enriquecimento de urânio para obter urânio-235 em altas concentrações e
também pesquisas para o desenvolvimento de reatores nucleares. Eram dois os
objetivos: compreender melhor a reação em cadeia para projetar uma bomba
nuclear e desenvolver uma forma de produzir um novo elemento químico, o
plutônio, que, segundo se acreditava, seria físsil e poderia ser isolado
quimicamente a partir do urânio.
O
primeiro reator nuclear foi construído na Universidade de Chicago, sob a
supervisão do físico italiano Enrico Fermi. O equipamento produziu uma reação
em cadeia em 2 de dezembro de 1942. Imediatamente após a segunda guerra
mundial, cientistas e engenheiros de vários outros países empreenderam
pesquisas destinadas a desenvolver reatores nucleares para a produção de
energia em larga escala. Em 1956, o Reino Unido inaugurou em Calder Hall a
primeira usina nuclear totalmente comercial. Um ano depois, entrou em operação
a primeira usina americana desse tipo.
O
número de grandes usinas nucleares aumentou rapidamente em muitos países
industrializados até o final da década de 1970. Depois disso, houve uma
significativa redução no ritmo de utilização da energia nuclear para fins
comerciais, por diversas razões: a demanda de energia elétrica ficou muito
abaixo do que se esperava; o custo de construção de novas usinas nucleares era
alto; a opinião pública pressionava contra a construção de usinas, principalmente
depois dos catastróficos acidentes ocorridos na usina de Three Mile Island, nos
Estados Unidos, e em Chernobyl, na Ucrânia, então
parte da União Soviética. Entretanto, França, Japão, Coréia do Sul e Tailândia,
que dispõem de poucas alternativas energéticas, continuaram a usar a energia
nuclear.