RADIAÇÃO NOS ALIMENTOS

 

Os alimentos são motivo de grande preocupação quando ocorre algum acidente envolvendo a energia nuclear, onde o solo pode se tornar de um atraente depósito para os radionuclídeos, comprometendo assim o desenvolvimento de verduras, legumes e da vegetação local.

Segundo OKUNO (1988), o gado irlandês continuou pastando no campo após o acidente de Chernobyl, o que acarretou a contaminação de alguns carregamentos de leite importado pelo Brasil. Ainda neste período, algumas renas tiveram que ser sacrificadas na Lapônia, pois sua carne estava com contaminação dezesseis vezes superior ao limite estabelecido pela Comunidade Econômica Européia (ver quadro abaixo).

A contaminação por radionuclídeos chega ao ser humano através da cadeia alimentar (solo-raiz-planta-animal), destacando-se a contaminação pelos radionuclídeos de meia-vida longa, como o caso do césio-137 que tem a sua transferência  através do leite e da carne de animais que comeram capim contaminado.

As mangueiras dos quintais das casas contaminadas em Goiânia ficaram todas radioativas porque absorveram o césio-137 de maneira eficiente, principalmente após as chuvas, por ser o solo pobre em potássio.

 

Limite de radioatividade nos alimentos

         O limite de radiocontaminação nos alimentos adotado pela CNEN a partir de 11/09/1986 para a importação de alimentos foi publicado no Diário Oficial como resolução CNEN – 07/86 que diz o seguinte:

 

CONSIDERANDO QUE:

1. a Comunidade Econômica Européia, através do regulamento nº 1.707/86 de 30 de maio de 1986, após o acidente de Chernobyl, estabeleceu limites para níveis máximos de radioatividades em produtos a serem importados;

2. os valores adotados pela Comunidade Econômica Européia são os mais restritivos dentre os existentes;

RESOLVE:

adotar os seguintes valores como níveis máximos permitidos para produtos importados:

Leite em pó – 3.700 Bq/kg para césio-134 mais césio-137.

Demais produtos – 600 Bq/kg para césio-134 mais césio-137.

Fonte: OKUNO, E. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo, Harbra, 1988.p.68.

 

Alguns países europeus, como exemplo a República Federal da Alemanha ao adotarem os valores citados acima, tiveram uma preocupação restrita à importação de produtos, não se preocupando como os níveis de contaminação dos produtos locais, onde o consumo para o público foi livre. Um erro fatal, pois foram presenciados valores de até 3.000 Bq/kg na carne de carneiro e em um tipo de cogumelo.

Existem ainda relatos, que alguns países como a Malásia  e o Japão devolveram alimentos importados do continente europeu, pois estavam contaminados.

 

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