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 Atividade 
            óptica é a propriedade que certos materiais possuem 
            de rodar o plano de polarização de um feixe de luz linearmente 
            polarizada, da maneira indicada na Fig. 6.23. O ângulo de rotação 
            q do plano de polarização depende da distância 
            l percorrida pela luz dentro do meio e de uma característica 
            intrínseca do material, chamada de poder rotatório. 
            Costuma-se definir o poder rotatório específico como 
            sendo o ângulo rodado por unidade de comprimento. Olhando para 
            a direção z > 0, se a luz rodar para a direita o 
            material é chamado de destro-rotatório e se rodar para 
            a esquerda, levo-rotatório. Alguns exemplos de meios opticamente 
            ativos são: quartzo cristalino (com a luz se propagando na 
            direção do eixo óptico), clorato de sódio 
            e alguns tipos de açúcares. Na Fig. 6.24 vê-se 
            o poder rotatório do quartzo como função do comprimento 
            de onda. Notamos que esta grandeza varia com l 
            e esta variação, chamada de dispersão rotatória, 
            pode ser usada na determinação do comprimento de onda 
            de luz monocromática, ou como monocromador por atividade óptica, 
            colocando-se um polarizador na entrada do meio e um analisador na 
            saída deste. Variando-se o ângulo do analisador podemos 
            alterar o comprimento de onda que sai do monocromador. 
 Fig. 6.23 - Rotação do plano de polarização 
            da luz devido àatividade 
            óptica do meio.
 A 
            atividade óptica pode ser explicada levando-se em conta a simetria 
            do meio. De acordo com a Fig. 6.25, quando a luz linearmente polarizada 
            incide sobre o material, as componentes x e y estarão sujeitas 
            a mesma simetria e portanto possuem a mesma velocidade de propagação 
            (mesmo índice de refração). Já no caso 
            de luz circularmente polarizada, as componentes polarizadas à 
            direita (s+) e à esquerda 
            (s-) "encontram" os triângulos 
            de formas diferentes e portanto "vêem" simetrias diferentes. 
            Isto faz com que os índices de refração n+ 
            e n- para estas duas polarizações sejam diferentes 
            e como consequência, estas polarizações adquirem 
            fases diferentes durante sua propagação pela amostra. 
            Este fato pode ser melhor apreciado se usarmos o formalismo matricial 
            de Jones. 
 Fig. 6.24 - Poder rotatório específico do quartzo cristalino 
            como função do comprimento de onda.
 Consideremos 
            um feixe de luz linearmente polarizada na direção x, 
            propagando-se ao longo do eixo z. Podemos decompor esta luz em duas 
            componentes circularmente polarizadas, ortogonais. No formalismo de 
            Jones, este fato se expressa como: 
 Fig. 6.25 - Explicação da atividade óptica baseada 
            na simetria do meio. Após 
            percorrer uma distância l dentro do meio, as componentes s+ e s- 
            adquirem fases diferentes e o campo elétrico na saída 
            da amostra pode ser escrito da forma: onde 
            foram introduzidas as quantidades 
           e  . 
            Somando as matrizes obtemos: que 
            representa uma onda linearmente polarizada, cuja direção 
            do plano de polarização encontra-se rodado de um ângulo 
            com relação a direção inicial (antes da 
            luz penetrar no meio). De acordo com a definição de 
            temos:
 de 
            forma que o poder rotatório específico é dado 
            por:
             Sergio Carlos Zilio  
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