
Em
torno do ano de 1790 (época da revolução francesa), Galvani, um
italiano professor de anatomia, realizou a seguinte experiência:
cortou ao meio uma rã, ficando com a metade do tronco e as pernas.
Pôs a nú os nervos lombares. Depois, com um arco metálico formado
por dois metais, zinco e cobre, com uma extremidade tocava os
nervos lombares, e com a outra, um músculo da perna ou da coxa.
A cada contacto, os músculos se contraíam, como se a rã estivesse
viva (fig. 222). Galvani atribuiu o fenômeno a uma eletricidade que supôs
existir na rã. Lançou a idéia de que todo corpo animal possui
eletricidade.

Figura 222
Muitos
homens da época apoiaram a interpretação de Galvani, entre eles
o próprio Alessandro Volta, que passou a repetir sistematicamente
as experiências do anatomista. Posteriormente, Volta observou
que, quando usava um arco de um único metal, em vez de usar dois
metais, as contrações musculares eram muito mais intensas. Começou
então a atribuir mais importância aos metais do que à rã. Abandonou
as idéias de Galvani, e fêz as seguintes hipóteses:
1a) que
a origem da eletricidade não era o corpo do animal, mas o contacto
dos dois metais diferentes com esse corpo.
2a) que o corpo da rã atuava como condutor,
e ao mesmo tempo como um eletroscópio muito sensível.
Depois
Volta passou a pesquisar somente com metais e soluções, e em 1.800,
chegou a invenção da pilha.
As
pilhas de Volta imediatamente se proliferaram por todos os laboratórios
do mundo científico da época, porque abriam novos campos para
a investigação. Apesar disso, Volta não poderia suspeitar da
repercussão de sua descoberta e dos benefícios que ela traria
à humanidade. Este é um bom exemplo de como é útil um homem curioso
e que se interessa por aquilo que está fazendo: um homem que desejava
saber porquê os músculos de uma rã se contraem acabou por fazer
duas das maiores descobertas de todos os tempos: a corrente elétrica,
e a maneira de produzir corrente elétrica.

Grandeza |
Símbolo |
Unidade CGSES |
Unidade MKS |
Relação |
Carga elétrica |
Q ou q |
|
c |
|
Constante dielétrica |
|
|
|
|
Densidade elétrica |
|
|
|
|
Tensão eletrostática |
T |
|
|
10 |
Intensidade de campo elétrico |
|
|
|
|
Diferença de potencial |
V |
|
V |
|
Capacidade |
c |
|
F |
|
Fluxo elétrico |
|
|
|
|
Intensidade de corrente |
I ou i |
|
A |
|
Resistência |
R ou r |
|
|
|
Resistividade |
|
|
|
|
Condutância |
C |
|
mho |
|
Condutividade |
|
|
|
|
f.e.m. e f.c.e.m. |
E ou e |
|
v |
|
Trabalho (energia) |
|
erg |
j |
|
Potência |
P |
erg/seg |
|
|
Nota: A
relação dada indica o número de unidades CGS necessárias para
perfazerem uma unidade MKS. Exemplo: entre as unidades de carga
elétrica está colocada a relação
, o que quer dizer que
. Entre as unidades de diferença de potencial está indicada
a relação
, o que quer dizer que:
.

1a) As
unidades do sistema CGSES tem o nome formado da seguinte
maneira: adiciona-se o prefixo STAT ao nome da unidade
correspondente do sistema MKS.
A
unidade de intensidade de corrente do sistema MKS chama-se
ampère; então a unidade de intensidade de corrente do
sistema CGSES se chamará statampère. A unidade de resistência
do sistema MKS chama-se ohm; então a unidade de resistência
do sistema CGSES se chamará statohm.
2a) No
sistema CGSES, em vez de se usar o nome de uma unidade
conforme está indicado na 1a observação, também
é permitido escrever-se assim: unidade CGS eletrostática
de………….. (nome da grandeza). |

3a) No
sistema CGSES, todas as vezes que não há possibilidade de dúvida,
isto é, quando se sabe de antemão qual a grandeza que está sendo
tratada, nem há necessidade de se mencionar por extenso: unidade
CGS eletrostática de tal grandeza. Basta escrever: unidade
eletrostática, ou abreviadamente, ues.

4a) No
sistema CGSES, como em qualquer outro sistema de unidades, é
permitido indicar-se uma unidade por uma combinação de nomes
de outras unidades com as quais ela tem relação.

Autor:
Roberto A. Salmeron