
Excetuando-se
a Física Atômica e Nuclear, a Eletricidade é
a parte mais nova da Física. Enquanto que a Antiguidade
deu muitas contribuições à Mecânica
e à Ótica, em Eletricidade a observação
de Tales é a única de que temos notícia
daquela época. Os antigos tinham o conceito de “raio
luminoso, conheciam os fenômenos de reflexão
e refração, os espelhos e as lentes: sabiam
usar a alavanca, o plano inclinado, tinham já o conceito
de centro de gravidade e conheciam alguma coisa de estática.
Galileu, no único do século XVII lançou
os fundamentos da Mecânica como ciência, e Newton,
no início do século XVIII, completou a obra
de Galileu, coordenando os três princípios fundamentais
da Mecânica.
Para que o leitor tenha idéia de como a Eletricidade
se desenvolveu tardiamente, vejamos as datas de descoberta
de alguns fatos já estudados nos Capítulos I
e II. A distinção entre condutores e isolantes
foi feita por Stephen Gray em 1731 (4 anos depois da morte
de Newton). A descoberta de que há eletricidade positiva
e negativa foi feita em 1734 por Du Fay. A produção
simultânea de eletricidades positiva e negativa foi
observada quase na mesma época, 1747, por Watson e
por Franklin. Em 1752, Franklin provou a origem elétrica
do raio e do trovão. Finalmente, a lei de Coulomb,
que marca o início da Eletricidade como ciência,
foi descoberta em 1785.
Por esses fatos citados o leitor pode observar que,
quando as leis fundamentais da Mecânica já tinham
sido estabelecidas, a Eletricidade estava ainda na sua “pré-história”.